A Justiça recebeu a denúncia e decretou prisão preventiva de João Raimundo Vieira da Silva de Araújo, que confessou ter matado a administradora Renata Alves Costa, de 35 anos, com quem namorava.
O crime aconteceu dentro do apartamento da vítima, em Campo Grande, Zona Norte do Recife, no dia 6 de agosto. O acusado foi preso tentando fugir no aeroporto de Natal (RN).
A prisão preventiva foi decretada na quarta (31), pela juíza Fernanda Moura, da 1ª Vara do Tribunal do Júri Capital.
De acordo com a decisão, João Raimundo responde pelos crimes de feminicídio, sequestro e cárcere privado, pelos quais foi denunciado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
Para decretar a prisão, a juíza considerou que há risco de fuga do denunciado, e o fato de que ele estava usando tornozeleira eletrônica no dia em que matou Renata, e rompeu o equipamento após o crime.
Ele cumpria prisão domiciliar por, em 2019, ter sido preso por agredir a ex-esposa e balear dois funcionários de um hotel em Boa Viagem, na Zona Sul.
Segundo a juíza, há o temor das pessoas que foram ouvidas em depoimento de sofrerem represálias. "Levando-se em conta o comportamento do réu descrito pelas testemunhas e seu histórico em envolvimento em acusações criminais, é de se considerar razoável o receio de sofrer dano em sua integridade física", disse a juíza, na decisão.
A juíza responsável pela decisão também considerou que "as condutas do réu no meio social são incompatíveis com a paz pública e representam perigo de dano irreparável para aqueles com quem se relaciona, particularmente as mulheres com as quais se relacionava afetivamente".
Por meio de nota, o escritório Rigueira, Amorim, Caribé, Caúla e Leitão, que representam a família de Renata no processo, afirmou que considera "acertada a decisão de recebimento da denúncia e decretação de prisão preventiva do acusado", e disse que "nos autos há outras notícias de agressões físicas e constrangimentos praticados pelo réu contra mulheres".
Os advogados afirmaram que pediram a habilitação nos autos como representantes do assistente de acusação, e, em auxílio ao Ministério Público, "atuarão para que o acusado seja levado a júri popular e posteriormente condenado".
Os advogados Ana Paula de Arruda, Maria Carvalho e Ulisses Dornelas, que defendem João Raimundo, disseram, por meio de nota, que "a defesa aguardará a intimação desta decisão para adotar as medidas judiciais cabíveis à espécie, evitando discutir tais questões sem que sejam dentro dos autos do processo".
Os defensores disseram, também, que esperam respeito ao devido processo legal e que creem em um Judiciário imparcial "que velará pela observância das garantias processuais".